Artigo de Geraldo Câmara
VIGOROSA E RIGOROSAMENTE
É assim que a sociedade deveria encarar o combate à essa pandemia que ainda anda por aí, aumentando, empatando, diminuindo, enganando a todos ao mesmo tempo em que muitos se enganam achando que ela só chega para os outros e não para si próprios. Com isso a desobediência às regras para combate a esse cretino e violento coronavírus é visível e todos nós assistimos a grande parte da população que adora quebrar regras, que prefere viver à margem da lei ainda que essa lei sirva para salvaguardar suas vidas.
É incrível como as mais simples recomendações como a de usar máscara são desrespeitadas por adultos que se comportam como meninos de escola que faziam suas estripulias e olhavam de soslaio para a professora como se nada tivesse acontecido. É inadmissível como as pessoas fazem questão de se aglomerarem, de se reunirem clandestinamente, de promoverem festas gigantescas e provocarem vizinhos desavisados que não estão a fim de contaminações.
Dizem e estão certos que o castigo vem à cavalo e até esperamos que não, mas na Europa e na China onde tudo começou o vírus voltou a atacar e vejam bem que naqueles países o item educação merece o seu respeito. Por lá as regras foram acatadas e mesmo assim, já que a vacina ainda não existe, o bichinho voltou a atacar.
No Brasil a ânsia psicológica de voltar ao normal que, aliás, nunca mais será o mesmo normal faz com que o perigo seja muito maior. O que vemos nas estatísticas é que a diminuição dos casos e das mortes é ínfima. A chamada estabilidade é uma linha reta que não mostra declínio, o que interessa. E a chamada queda ou estar no azul é alguma coisa impalpável e que não demonstra nenhuma tranqüilidade.
Na verdade, a única coisa que nos fará respirar fundo sem respiradores, será a chegada da vacina que, comprovadamente eficiente venha a nos salvar e a mudar todas as estatísticas ilusórias do agora. E ainda teremos que torcer para que a corrida desenfreada que mistura ciência com política não venha a prejudicar os estudos que levem a um produto final em que se possa confiar. Por outro lado, quando ela chegar ainda teremos que lidar com a parte revolucionária da sociedade que irá opor-se ao uso da vacina. Por rebeldia, por desentendimento ou até mesmo por absoluta falta da educação.
O que desejaríamos era ver uma fundamentação maior dos estudos atuais, uma alienação dos corruptos, uma integração governo\ciência total e a certeza de que os caminhos a serem percorridos são duros, são pedregosos, mas serão atravessáveis na medida em que sigamos medidas coerentes no momento para alcançarmos os objetivos finais num amanhã que esperamos breve.
Até esse amanhã chegar precisamos nos unir, precisamos seguir regras e baixar cabeças humildemente, porém com determinação vigorosa e rigorosamente saudável.