A CRÔNICA DA SEMANA de Alberto Rostand Lanverly

MÃE NÃO DEVERIA MORRER…

Alberto Rostand Lanverly – Filho de Marlene Lanverly

            Pois é Mainha, finalmente chegou a sua hora. Momento por você tão esperado desde a partida de meu pai Rostand, ideia jamais aceita por nós que lhe amamos. Porém por mais que sofra a dor da separação, encontro forças para aceitar o acontecido e em minha mente, liberá-la para uma nova vida ao lado do seu Rock, onde tenho certeza voltará a ser a menina Marlene que um dia ele conquistou e juntos seguirão felizes.

Apesar de cultivar a certeza, de que mãe não deveria morrer nunca, seguirei a rota dos primeiros passos que dei rumo a quem hoje sou, pois eles foram guiados por suas mãos. Por esse motivo lhe digo que permanecerei buscando forças para que o meu comportamento seja digno tanto do seu orgulho, quanto do que o mundo de mim espera.

Sei que por mais que me esforce, não conseguirei imitá-la, pois sempre foi forte como as montanhas, nunca permitiu a existência de lama nas estradas dos seus pensamentos, nem folhas mortas nos riachos das suas intenções, mas com certeza seguirei praticando os seus ensinamentos, respeitando os meus semelhantes, desenvolvendo com carinho as minhas atribuições e reverenciando suas lembranças.

A senhora, minha Mainha, é meu orgulho pois em sua jornada, soube escrever uma linda história, repleta em bondade, responsabilidade, compreensão e otimismo, fazendo com que até pessoas que nem delas mesmas gostavam, lhe admirassem.

Para mim, a senhora sempre foi tão grande como o Sol, a quem acostumei a adorar; pura como a lua, desde quando me ensinou a rezar e clara como o dia, todas as vezes em que me incentivou a agir. Por isso não foi difícil, muito lhe querer.

Não tem sido fácil. Lembro das nossas últimas conversas, quando já na UTI do Hospital Veredas, perguntou por Aninha e seus netinhos, encontrando forças para afirmar estar triste pois jamais os veria novamente. Eu engoli o choro mamãe, mas o meu coração partiu em dois, tendo uma das partes ficado coladinho ao seu, desde aquele momento.

Como a sua pessoa era querida… deixou órfãos não somente a mim e a Marcinha, mas também milhares de pessoas que lhe chamavam de “mãe” Alagoas afora, filhos que aos poucos foram adotados ao longo da sua existência, e que hoje muito sentem a sua partida e tenho certeza, estão agora a lhe dizer adeus, com tamanha saudade que por não caber no coração, insiste em escorrer através dos olhos.

Não importa se a vida é um filme de curta ou longa-metragem. O que vale é o fato da senhora haver vivenciado intensamente o seu protagonismo, e como a morte não é um fim e sim uma separação temporária, um dia no futuro estaremos juntos novamente, e até lá, continuarei a lhe amar profundamente.

O que mais me dói, é que a partir de agora não mais poderei lhe tomar a benção como fazia todas as vezes que nos falávamos em um único dia, e nestas oportunidades, escutava a sua voz: “Deus te abençoe e faça um homem de bem meu filho, seja como você é, não precisa mudar em nada”.

Saiba que a sua memória será constantemente honrada, o seu nome e a sua história por anos a fio repetidos com amor, carinho e respeito, pois continuará eternamente presente nas vidas dos que lhes estimam. Até Sempre!

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