A CRÔNICA DA SEMANA de Jorge Luiz Soares Melo
CHÃ PRETA, CIDADE DA BELA SERRA LISA, LOCALIZADA ACIMA DO NÍVEL DO MAR
Jorge Luiz Soares Melo é Médico e Membro Efetivo da AAL, cadeira 40
Caríssimos leitores, nesse artigo vou escrever um pouco sobre a cidade de Chã Preta que fica situada na microrregião da mata, distante a 112 quilômetros de Maceió, capital do estado de Alagoas e a 535 metros acima do nível do mar.
Lá pelos anos noventa, tive a honra de conviver com o seu povo e desfrutar da hospitalidade de sua gente, a população beirava os seis mil habitantes.
Naquela ocasião, fui convidado pelo então prefeito José Klinger Soares Teixeira, que comandou muito bem a cidade, em duas legislaturas, para assumir a secretaria municipal de saúde do munícipio. Tive a satisfação de como secretário, municipalizar os serviços de saúde e de poder contribuir com a saúde de seu povo ordeiro e hospitaleiro. Lembro das feiras de educação em saúde, que conjuntamente com a secretaria de educação sob o comando da competente educadora Rosa Virginia de Melo Teixeira, foram realizadas, na tentativa de prevenir doenças. Graças a Deus, logramos o êxito desejado.
Cidade de um clima temperado, bastante agradável devido a sua altitude, apresenta médias térmicas mensais de 21,5 a 25,5 graus Celsius. Ocorrem máximas de 33 graus e mínima de 15 graus.
Pude sentir de perto, aquele clima gostoso, com a chegada do inverno que se inicia em abril e termina em setembro.
Tive o prazer de conhecer um dos recantos mais lindos da cidade, a serra Lisa, localizada a 800 metros de altura, acima do nível do mar, oferece belíssimo panorama da região. Observei que ali existia uma grande quantidade de flores perfumadas que tornavam o lugar muito agradável e acolhedor.
Convivi de perto com o saudoso professor universitário e folclorista Pedro Teixeira de Vasconcelos, ícone da cultura popular alagoana, que exercia as funções de vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde, que era presidido por mim, como secretário da pasta. Falando com ele sobre a origem da cidade, ele me confidenciou que conforme os historiadores, um pouco antes da abolição da escravatura, lá pelos anos de 1865, no lugar onde hoje é a sede da prefeitura local, apareceu a fazenda Chã Preta, instalada pela família Inácio, de cor negra, que depois a vendeu para Manoel Roberto Brandão, que não se interessou pelo Engenho e preferiu criar gado e o plantio de outras culturas. Logo depois, chegaram as famílias Teixeira de Vasconcelos, Ferreira, e Canuto de Souza. A região pertencia a Viçosa e que só em 3 de fevereiro de 1962 alcançou a sua emancipação política, passando a administrar o seu próprio destino.
Amante do folclore, pude comprovar que o professor Pedro Teixeira de Vasconcelos fez com que a cidade se transformasse em um dos polos mais dinâmicos do folclore alagoano.
No folclore, apresentações de Reisado, Pastoril, Coco de Roda, Rojão, Taieira , Guerreiro e Pagode, movimentavam a cultura naquele lugar e, esse que vos escreve, cada vez mais, se apaixonou pela cidade.
Sem deixar de citar que a Cavalhada e a Vaquejada eram destaques nas festividades culturais ali realizadas.
Tive a honra de prefaciar o livro do jovem e brilhante escritor da terra, Olegário Venceslau da Silva, cujo título: “ CEM ANOS DE CAVALHADA EM CHÃ PRETA”, descreve os grandes feitos.
Chã Preta é um munícipio de base agrícola. O cultivo de batata doce, fava, feijão, mandioca, manga e milho, além das plantações de maracujá e laranja, vem crescendo em produtividade nos últimos anos.
A pecuária bovina de corte, ocupam espaço na área rural, com a produção de leite.
Em Chã Preta, localiza-se a primeira reserva do patrimônio natural, reconhecida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, (IBAMA), no estado de Alagoas, a Fazenda Vera Cruz com 115 hectares, que tive o prazer de conhecer.
Caríssimos leitores, quem ainda não conhece Chã Preta, deem um pulinho lá, com certeza vocês irão gostar e desfrutar a natureza que a bela Serra Lisa nos dá.