A CRÔNICA de Jorge Luiz Soares Melo

Jorge Luiz Soares Melo é Médico e Membro efetivo da Academia Alagoana de Letras

ALIMENTAÇÃO DO IDOSO, UMA ATIVIDADE QUE REQUER TEMPO, HABILIDADE E AMOR.

A alimentação é uma atividade básica para a sobrevivência e é influenciada por vários fatores: os aspectos sócio culturais, a idade, o estado físico e mental, a situação econômica, e, o estado geral de saúde.

A forma de comer, os tipos de alimentos, a reunião em torno das refeições, refletem aspectos sociais e culturais importantes para interação e convivência comunitária.

Como médico, pude comprovar essa afirmação, quando convivi durante muitos anos com uma comunidade que residia em um bairro da periferia de Maceió, onde uma grande parte dela, eram pessoas idosas.

Para o idoso, essa atividade de vida diária assume papel relevante, uma vez que, as doenças que os idosos apresentam: doenças do coração, demência, artrites, podem influenciar e alterar sua habilidade e independência para alimentação.

Como a população idosa está aumentando, também cresce a frequência de problemas relacionados à alimentação e nutrição. Em vista disso, um dos primeiros cuidados com alimentos está relacionado com a limpeza das mãos e boca, incluindo a prótese dentária, se houver, antes e após as refeições.

É por demais importante que as refeições sigam uma rotina regular, mantendo constantes, os horários pré-estabelecidos, os locais das refeições, os utensílios (pratos, talheres e copos).

O horário, sempre que possível, deve ser o mesmo da família do idoso, possibilitando-se assim, a interação e o contato das gerações.

Mas, se o idoso apresentar, um estado de grande confusão mental, recomenda-se fazer refeições em um ambiente tranquilo, sem muito barulho.

Na medida do possível, é interessante que as refeições contenham os mesmos alimentos dos demais membros da família. No entanto, em virtude da sensibilidade digestiva, deve-se cuidar em especial, da higiene dos utensílios, evitando o uso de restos alimentares, de alimentos: mal conservados , de enlatados e embutidos.

O local para as refeições deve ser bem iluminado (muitos idosos apresentam diminuição da visão), bem arejado e tranquilo.

Os utensílios (pratos, colheres e copos) devem ser resistentes e inquebráveis, colocando na frente do idoso, somente o necessário, evitando-se distrair sua atenção durante a alimentação.

Caso o idoso seja muito confuso ou apresente grande tremor nas mãos, sugere-se a utilização de toalhas antiderrapantes ou pratos com ventosas de borracha, que se fixam às mesas, e, também pratos com as laterais elevadas, evitando-se que a comida seja derramada.

Os copos e as xícaras podem ser adaptados, caso o idoso tenha dificuldade em fechar os dedos, ou, apresente pouca força muscular para leva-los a boca.

É bom enfatizar para os leitores, que as adaptações sugeridas visam facilitar a alimentação e principalmente, aumentar a independência do idoso, devendo ser propostas segundo o grau de confusão mental, incapacidades físicas e distúrbios de condutas que eventualmente poderão fazer parte do quadro clínico de um doente idoso.

A alimentação de idosos é uma atividade que requer tempo, tranquilidade, habilidade e amor do médico, da nutricionista, do cuidador e da família.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

eleven − nine =