GOVERNO VÊ A CPI ‘ARMANDO’ A PRISÃO DE PAZUELLO

CLÁUDIO HUMBERTO – Jornalista

Não faço diferenciação. Bandido é bandido e vice-versa”

Deputado José Medeiros (Pode-MT) sobre quem tenta racionalizar a divisão do Rio entre facções e milícias

O governo trabalha com a informação, levada por aliados no Congresso, de que a CPI da Pandemia tenta criar um pretexto para decretar a prisão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que deve depor no dia 19. Na avaliação dos governistas, o objetivo seria desmoralizar o general e o próprio governo, na tentativa de reverter a impressão de que até agora a CPI não conseguiu evoluir no sentido de comprometer o presidente da República de tal modo que pudesse desestabilizar o atual governo.

Habeas corpus
Para não ser preso, Pazuello teria de obter no STF um habeas corpus preventivo para depor como investigado, com direito de ficar calado.

Desrespeitou, prendeu
A suspeita é baseada na tentativa de construir um clima hostil para o ex-ministro, acusando-o de “desrespeitar” a CPI.

Adiamento
O primeiro “desrespeito” seria a alegação de contato com infectados por covid para adiar seu depoimento, versão que membros acham mentirosa.

Detector de mentira?
A mais recente tentativa de “armar” a prisão do ex-ministro é que a CPI teria “detectado” que ele manobra para não depor como testemunha.
Passos largos
Desde o início da campanha, 36,3 milhões de brasileiros receberam ao menos uma dose e 18,3 milhões estão completamente imunizados.

Base maior
Com a redução da faixa etária e mais doses, o recorde de 1,8 milhão de doses do dia 23 de abril está cada vez mais próximo de ser quebrado.

Apesar das críticas
De acordo com a plataforma independente vacinabrasil.org, estamos em 4º lugar no ranking da vacinação no mundo, com 54,6 milhões de doses.

A 29ª vítima
O noticiário – sempre parcial – sobre a operação policial na favela do Jacarezinho, no Rio, menciona sempre “28 mortos”. Esquecem-se da 29ª vítima, o policial morto com um tiro na cabeça em defesa da sociedade.

Santa ignorância
Assessores informais da CPI defendem que Pazuello seja tratado de “senhor” e não “general”. Santa ignorância. “Senhor” é o mais adequado, mas pode ser também “você”. Esquisito seria chamá-lo de “senhora”.

Sua senhoria o depoente
Torcedores da CPI, que faltaram às aulas de pronomes de tratamento, não sabem se tratam Pazuello de “vossa excelência”. Como cidadão comum, o certo é “vossa senhoria”, devido a ministro e não a ex-ministro.

Virou bullying
A CPI da Pandemia poderá convocar novamente para depor o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, acusado por senadores de oposição a não responder como eles desejavam. Virou bullying.

Notícia é a ‘notícia’
Foi intrigante observar o destaque do noticiário choroso sobre a morte por covid, na prisão, de um dos bandidos mais perigosos do País, apontado como “fundador” da maior organização criminosa do país.

This is Brazil
Viralizou vídeo do jornalista sueco Henrik Jönsson xingando e perseguindo trombadinha após tentativa de furto do seu celular, na Av. Paulista. O sueco escreveu que “Bolsonaro sufoca a cultura no Brasil”.

Milhão útil
O mês de abril foi o primeiro a terminar com a média de doses aplicadas acima de um milhão por dia útil. Foram 20,6 milhões de vacinas contra a covid aplicadas em 20 dias. O ritmo cai apenas durante o fim de semana.

Pelegos parados no tempo
Agarrada como carrapato ao atraso, a pelegada da Caixa tenta demonizar criação do banco digital. Dizem ser desculpa para “esvaziar estatal e acelerar a privatização”. Para essa gente, modernidade dói.

Pensando bem…
…pandemia tem a semana inteira, mas a CPI é só de terça a quinta.

Secretário do Interior de Minas Gerais nos anos 1970, Ovídeo de Abreu adorava usar palavras difíceis. Certa vez, às vésperas de um pequeno tremor de terra em Bom Sucesso, ele telegrafou ao prefeito: “Movimento sísmico previsto essa região. Provável epicentro movimento telúrico sua cidade. Obséquio tomar as providências cabíveis”. A resposta do prefeito chegaria quatro dias depois, também por telegrama: “Movimento sísmico debelado. Epicentro preso, incomunicável, cadeia local. Desculpe demora. Houve terremoto na cidade”.

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