A CRÔNICA de Jorge Luiz Soares Melo – Dois expoentes da medicina em nosso estado de Alagoas

Jorge Luiz Soares Melo é Médico e Membro efetivo da AAL.

TRIBUTO A DOIS EXPOENTES DA MEDICINA

Em uma noite de homenagens, com a lua nas nossas cabeças, e as estrelas a brilhar em nossos caminhos, ponho-me a relatar com orgulho, a trajetória vitoriosa de dois expoentes da medicina em nosso estado. Aqui estou a escrever a trajetória de pessoas que dignificam com seus passos, digam-se longos em caminhos, que muitas vezes tiveram pedras e tropeços, contudo souberam vencer cada etapa e são dignos dessa singela homenagem.

Ilustrando, peço licença ao neurologista, mais conhecido como o poeta laureado da medicina, Oliver Sacks, que em um dos seus trechos nos fala que:  “Ao examinar a doença, ganhamos sabedoria sobre anatomia, fisiologia e biologia. Ao examinar a pessoa com doença, ganhamos sabedoria sobre a vida”.

Assim podemos escrever um pouco da trajetória desses dois ícones da medicina. Flavio Bomfim Loureiro, amigo irmão de longas datas, homem digno e Aliomar de Almeida Lins, homem integro, ambos, humanistas, éticos e competentes.

Os nomes aqui citados em singela homenagem, são expostos em exemplos de uma das especialidades clinicas mais significativas que a medicina pode tratar, a importante cardiologia em destaque. O coração não é apenas um órgão que funciona no bater do peito, que de forma automática funciona, pense que dentro dessa caixa há o homem que reina a depender desse pequeno músculo para que as suas forças vitais fiquem a se envolver e gerar o oxigênio necessário para seu trajeto continuar a realizar.  Como as demais, essa área da medicina requer um respeito especial e grandioso dos colegas médicos alagoanos.

Volto a afirmar, falar dos mestres, dos renomados, dos artistas, é fácil, e agora, como falar de amigos, que dedicam as suas vidas para salvar vidas. Pois com ambos, aprendi, não só o respeito pela medicina, aprendi, que o paciente é um ser do outro lado da mesa que possui sentimentos, que não é uma máquina movida, é um ser que articula, pensa e age. E mais, ao longo da trajetória o mais importante é trazer à tona e recuperar o destino de dezenas de outras pessoas, assim envolvidas na arte e no oficio que realizaram e ainda o fazem com maestria.

Com os senhores, Flávio e Aliomar, meus amigos, a vida me presenteou ao conhecê-los.

Flávio Loureiro, amigo de longas estradas, sempre sereno, calmo, passando para quem os conhece a tranquilidade necessária para na estrada da vida continuar a caminhar. Foi na disciplina de semiologia médica na amada Escola de Ciências Médicas, hoje, Uncisal, onde todas as manhãs nos encontrávamos, para transmitir conhecimentos para os futuros médicos. Sua didática impecável e seu belo saber sempre encantou a todos.

Amigo Flávio, entre vários encontros, vimos crescer a nossa amada escola, sempre lembro, que em algumas coisas nós concordávamos, entre estas digo, que a educação médica, não foi criada para proporcionar aos alunos uma maneira de ganhar a vida, e sim uma forma para garantir a saúde da comunidade. Não esqueço, esses momentos sóbrios de sensatez, infelizmente perdidas agora no ofício do ensino. As coisas e os processos podem realmente mudar, mas a essência nunca muda. E a do querido professor Flavio Loureiro, nunca mudará. Nas suas aulas, os nossos alunos, hoje, já médicos, ao longo desses anos e anos, sabem que não é o diploma médico, que mostrará a capacidade de evolução de uma sociedade e sim a qualidade humana que fará ser decisivo o processo daqui por diante.

Importante salientar, caros leitores, para que se possa tocar uma alma humana, seja você, apenas uma outra alma humana.

Ao nosso estimado colega de longas datas, Aliomar de Almeida Lins, que em sua atividade sempre se preocupou com o ser humano, que no outro lado, alguém necessitava de cuidados extremos, já sabia que não é a doença apresentada em forma de caso e sim o paciente que requer cuidados. Sua vida foi sempre assim, pautada no respeito a profissão e exercício na arte de servir. Caro Aliomar, sua preocupação sempre foi e continuará sendo, aliviar o sofrimento e curar os doentes, pois sabe que essa é a nossa missão.

Ao homenagear esses dois grandes sacerdotes da medicina, reafirmo que a relação médico-paciente é o fundamental, tudo o mais, segue seu percurso natural e que a atuação médica exige uma boa ciência, mas também uma boa dose de curiosidade e interesses ilimitados em seus semelhantes e que a relação segue disso, sem muitos esforços.

E nesse momento de sobrevivência coletiva no qual dependemos uns dos outros, devemos ter uma atitude saudável contagiosa, que não espere pegá-la para passar para os outros, seja nós os portadores dessa bondade e respeito coletivo, tão qual são os exemplos desses dois grandes homens no dia a dia.

Encerro a minha escrita, com três frases importantes, a primeira, do historiador britânico do século XIX, Henry Thomas Buckle, que dizia: Entre as artes, a medicina, por sua utilidade eminente, deve sempre ocupar o lugar mais alto.”

Já Wiiliam Osler, falava: “Quem estuda medicina sem livros navega num mar desconhecido, mas quem estuda medicina sem pacientes não vai ao mar “.

Já o grande Hipócrates complementa: “Onde quer que a arte da medicina seja amada, haverá também amor pela humanidade.”

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