A CRÔNICA de Jorge Luiz Soares Melo “UMA DIFÍCIL MISSÃO”
UMA DIFÍCIL MISSÃO
Com a súbita partida de meu querido pai literário, o poeta, Claudio Antônio Jucá Santos, para os braços do Senhor de todas as coisas e com a súbita renúncia por problemas de saúde, do confrade, José Geraldo Dantas Santos, assumi a difícil missão de presidir a Majestosa Academia Maceioense de Letras.
Em um momento de muita tensão, ainda no mês de fevereiro do corrente ano, em uma reunião extraordinária da diretoria da entidade, obedecendo o estatuto desse sodalício, na condição de segundo vice-presidente, assumi os destinos dessa majestosa casa do saber em companhia dos confrades, Moezio de Vasconcellos Costa Santos, Nara Núbia de Melo Sá, Mirian Monte, Israel de Mendonça Pinto e José Coelho Neto, que formam a diretoria executiva dessa sexagenária agremiação.
Fui tomado de surpresa, mas, jamais poderia deixar de dar continuidade ao magnífico trabalho executado em sessenta e dois anos, como presidente, um dos fundadores dessa majestosa casa, do nosso querido e amado poeta, Jucá Santos, meu pai literário e de tantos e tantos escritores que brilham no cenário cultural do estado de Alagoas, ele, que era considerado o “Príncipe dos poetas de Maceió”.
Confesso que fiquei muito honrado e bastante emocionado.
A difícil missão de substituir Jucá Santos, o dinâmico e competente presidente, poeta, exímio sonetista, brilhante escritor, extraordinário e eficiente administrador, que Deus o levou para sua glória.
Peço ao Senhor do Universo, coragem, determinação e muita saúde, pela unicidade de manter ativa e jovem essa memorável casa, mantendo-a como um centro intelectual de sistematização e divulgação das letras e da cultura na nossa bela cidade de Maceió.
A Academia de Platão sobreviveu cerca de novecentos anos, longo período em que se sucederam várias escolas filosóficas. Com o passar dos anos, surgiram novas academias, a cada passo, mito e realidade se confundem. E a nossa Majestosa Academia Maceioense de Letras, surgiu em Maceió e já se passaram 67 anos de glórias.
No dia 11 de agosto de 1955, um grupo de intelectuais alagoanos capitaneados pelo saudoso jornalista, José Rodrigues de Gouveia, devido a decadência do Centro Cultural, Emilio Maya e em companhia dos saudosos escritores: Claudio Antônio Jucá Santos, Augusto Vaz da Silva Filho, Artur Veres Domingos, Manoel Cícero do Nascimento, Rui Ávila, Paulo Duarte Cavalcante, Rui Sampaio e por procuração, Nenita Madeiro, Jorge da Silva Garcia e Sandoval Ferreira Cajú , fundaram a Majestosa Academia Maceioense de Letras.
Foi um momento memorável para a cultura de nossa terra, naquela época. Segundo os historiadores, o jornalista Rodrigues de Gouveia desabafou: “ Foi uma espécie de grito de alerta no quase marasmo da província, essa mistura danada de gente moça com gente velha, faz surgir no céu das Alagoas a nossa querida Academia Maceioense de Letras”.
Se passaram 67 anos e essa majestosa casa do saber, continua e continuará viva, pois, ela é composta de eminentes intelectuais e congrega valores, experiências, sabedorias, e muita cultura acumulada. Esse sodalício significa o somatório da história de cada um e o conjunto da representatividade solidária. Foram muitos feitos e muitas conquistas ao longo de todos esses anos. Para manter viva essa chama de sucesso, cabe a mim essa difícil missão.