A CRÔNICA DA SEMANA de Jorge Luiz Soares Melo

MARAGOGI, UMA BELA CIDADE, ONDE O MAR BEIJA AS AREIAS.

Jorge Luiz Soares Melo é Médico e
Membro efetivo da Academia Alagoana de Letras.

Caros leitores, no artigo de hoje, vou escrever um pouco sobre a minha passagem pela bela cidade de Maragogi, uma das cidades do litoral norte da nossa Alagoas, que encanta por suas praias, cujas aguas de cor azul, faz com que os turistas fiquem deslumbrados e procurem a cidade nas férias e principalmente nos finais de semana prolongados.

Permitam-me que volte um pouco no túnel do tempo. Lá pelos anos oitenta, recém, formado em Medicina, fui lotado para exercer as minhas atividades como médico, na Unidade de Saúde dessa cidade e comecei a atender os diversos pacientes que procuravam atendimento no horário da manhã. À tarde atendia no postinho de saúde de São Bento, povoado de Maragogi, que passei a residir e a conviver com a sua bela gente.

Convivi com pessoas que nasceram e se criaram naquele lugar, que me fizeram sentir a carinhosa hospitalidade de seu povo.  O saudoso sr. Dílsom, que era um ser humano caridoso e de bom trato, exercia no postinho de saúde as funções de enfermeiro e realizava partos nas casas dos moradores daquela região. Tornou-se um grande amigo, desse que vos escreve, aprendi muito com sua prática do dia a dia.

Em Maragogi, conheci a senhora, “Bitinha”, auxiliar de enfermagem da Unidade de Saúde, que realizava partos nas casas dos moradores, era uma senhora simpática, prestativa e bastante convocada por aquela gente acolhedora. Foi uma das amigas que aprendi a gostar pelo ato humano e carinhoso de conviver com os pacientes, aprendi muito com ela.

Tive a satisfação de ouvir palestras do saudoso e querido historiador da terra, Dirceu Lindoso, considerado um dos maiores historiadores do estado de Alagoas. Chegou a ocupar uma das cadeiras da gloriosa Academia Alagoana de Letras, onde com muita honra, ocupo a cadeira de número 40, cujo patrono é o saudoso escritor da cidade do Pilar, Zadir Índio.

Maragogi, terra do folclore, na pracinha do povoado de São Bento, onde morei, nas horas vagas assistia as apresentações de Chegança, Pastoril, Bumba meu Boi e Samba do Mulato.

Conheci as ruinas do mosteiro de São Bento e do cemitério, construções que segundo os historiadores, datam do século XVII. Desse local, que fica no alto, pude observar as belezas das paias da região.

Os historiadores descrevem que no povoado de São Bento, chegou um emigrante do alto sertão, acompanhado de sua família, fugindo de uma epidemia que assolava as plagas sertanejas. Tendo escapado da moléstia, cumpriu a promessa de construir uma igreja sob a invocação de São Bento, que se tornou o patrono do município.

Tive a satisfação de conhecer, como católico que sou, e assistir a Santa Missa na igreja de Nossa Senhora da Guia, também edificada no século XVII.

Maragogi, cuja gastronomia é rica em: ostras, fritadas de aratus, polvo, maçunim, lagostas, carapebas fritas e uma variedade de peixes. Sem esquecer das deliciosas sobremesas, os sequilhos, mais conhecidos como broas.

Pude degustar dessas delícias no famoso bar do sr. Mano, conhecido como bar do Maninho, que no povoado de São Bento, é visitado por milhares de turistas que curtem Maragogi um dos polos turísticos mais procurados em Alagoas.

Não poderia deixar de citar que convivi também, com alguns artesãos que eram meus pacientes e que falavam do artesanato local. Alguns me referiam que trabalhavam com esculturas em jaqueira que retratam cenas do cotidiano imaginário, religioso e folclórico da cidade, outros relatavam trabalhos com conchas, palhas e coco, que eram vendidos no comércio local.

Enfim, aqueles que ainda não conhecem esse paraíso, devem procurar conhecer as belezas naturais ali existentes, a boa hospitalidade de sua gente e sentir a felicidade de um lugar abençoado por Deus, onde o mar beija as areias.

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