A CRÔNICA de Jorge Luiz Soares Melo

Jorge Luiz Soares Melo é Médico e Membro Efetivo da AAL.

DENGUE, UMA DOENÇA PRESENTE NO INVERNO, NÃO PODEMOS ESQUECER DESSE MOSQUITO MORTAL

Meus caríssimos leitores, como sabemos, estamos vivendo uma terrível pandemia causada pelo Corona vírus, que ceifou a vida de milhões de pessoas pelo mundo inteiro, causando tristeza para um grande número de famílias que perderam seus entes queridos.

Necessário se faz, que todos nós, nos vacinemos contra esse vírus, tomando as duas doses da vacina que previne o Covid 19 e suas variantes, e quem sabe, tomando a dose de reforço que estar por vir.

Continuemos todos, nos prevenindo desse vírus, usando máscaras, lavando as mãos com álcool gel e mantendo o distanciamento social, evitando aglomerações.

No entanto, é preciso que fiquemos em alerta contra uma doença que se prolifera no inverno e que também causa a morte, trata-se da Dengue, uma doença febril grave causada por um arbovírus.

Arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos especialmente os mosquitos.

Existem quatro tipos de vírus da dengue, soro tipos 1, 2, 3, e 4. Cada pessoa pode ter os 4, soro tipos da doença, mas a infecção por um soro tipo gera imunidade permanente para ele.

O transmissor da dengue, também chamado de vetor, é o mosquito Aedes Aegypti, que precisa de agua parada para se proliferar. Ai que mora o perigo, muitas pessoas deixam jarros quebrados, pneus abandonados e outros objetos que não servem mais, e eles se enchem dessas aguas paradas, que são locais adequados para a proliferação desses mosquitos.

Por essa razão é importante manter a higiene e evitar agua parada todos os dias, porque os ovos dos mosquitos podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.

O período do ano com mais transmissão são os meses mais chuvosos de cada região.

Todas as faixas etárias podem contrair a doença, porém, os idosos, tem maior risco de desenvolver dengue grave e maiores complicações, que podem levar ao óbito. Esse risco de gravidade acontece quando as pessoas são portadoras de doenças crônicas, como o diabetes e a hipertensão arterial, mesmo que essas patologias estejam sendo controladas.

Os principais sintomas da dengue são febre alta acima de 38.5°C, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça, tonturas, manchas vermelhas no corpo todo. O período de incubação da doença, varia de 3 a 15 dias, em média de 5 a 6 dias.

No entanto, a infecção por dengue pode acontecer sem o paciente referir sintomas. Na fase febril inicial da doença, pode ser difícil para o médico, diferencia-la. A forma grave da doença incluí dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

A complicação maior da dengue, é o choque decorrente do aumento da permeabilidade capilar, seguido de hemoconcentração e falência circulatória. Segundo dados do Ministério da Saúde, Brasília 2006, no Brasil, há referências de epidemias de dengue em 1916, em São Paulo e em 1923 em Niterói, sem diagnóstico laboratorial. A primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente aconteceu em 1982 em Boa Vista RR, causadas por soro tipos 1 e 4.

A dengue tem como diagnóstico diferencial, a gripe, a rubéola, o sarampo, infecções virais e bacterianas, choque endotóxico, leptospirose, hepatites infecciosas e outras febres hemorrágicas.

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