A CRÔNICA de Jorge Luiz Soares Melo “O SARAMPO, UMA FEBRE QUE PODE MATAR”

Jorge Luiz Soares Melo é Médico e Membro Efetivo da AAL.

Caríssimos leitores, hoje vamos escrever um pouco sobre essa febre eruptiva, que se não tratada a tempo leva ao óbito. O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, transmissível e muito contagiosa.

Acomete as crianças, geralmente entre um e seis anos de idade. A virose decorrente da infecção, provoca uma vasculite generalizada, responsável por diversas manifestações clínicas.

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, transmitida de pessoa para pessoa por meio de secreções respiratórias, tais como: fala, tosse e espirro. Em alguns países do mundo é uma das principais causas de morbimortalidade entre menores de cinco anos.

Segundo os pesquisadores, há imunidade natural até a idade de três meses, conferida pela passagem de anticorpos maternos através da placenta. Ocorre no sarampo uma ação depressiva sobre a imunidade, o que a torna importante causa de morte nas comunidades de baixo poder econômico, desinformadas, que não vacinam seus filhos e acontecem preferencialmente, em crianças com menos de dois anos de idade.

A doença se manifesta com febre alta, 38.5 graus C e com um período onde o catarro impera, tem duração de aproximadamente seis dias, no início o corpo febril do paciente é notado, com a presença de tosse produtiva, um corrimento seroso e mucoso saindo das narinas, os olhos avermelhados em suas conjuntivas e os gânglios aumentados na região cervical e as vezes acompanhadas de relato de dores no abdome, formam o período prodrômico da doença.

Quantas vezes, ao longo dos meus 40 anos de atividade médica, ao lado de meus alunos do curso médico, no Hospital Constança de Goés Monteiro, observávamos ao exame físico, na altura dos pré-molares, o sinal de Koplik, pequenas manchas brancas com alo eritematoso, considerado o sinal patognomônico da doença. O surgimento de exantema no corpo do paciente com característica maculopapular de cor avermelhada, com distribuição no sentido céfalo-caudal, que surge na região retro-articular e na face. Depois chegando ao tronco e nas extremidades, com persistência por seis dias.

A gravidade do sarampo reside principalmente em suas complicações, como: a otite média, a bronquiolite, a pneumonia, a estomatite gangrenosa, a conjuntivite purulenta e a encefalite.

O sarampo é a causa mais comum de encefalite pós-infecciosa, pode causar um déficit intelectual na criança, a mortalidade por essa complicação é muito elevada, atingindo aproximadamente 20% nas estatísticas segundo os pesquisadores.

O comportamento endêmico varia de um local para o outro e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e a susceptibilidade da população, além da circulação do vírus na área. Já dizia, o saudoso e sapiente mestre, Hélvio de Farias Auto: “ Se entrarem 10 pessoas em uma sala onde alguém tem o vírus e se os 10 não estiverem imunes, nove vão pegar o sarampo”.

Os objetivos da vigilância epidemiológica deve ser a identificação precoce de casos para que sejam adotadas medidas de controle. A doença é de notificação compulsória e de investigação epidemiológica obrigatória imediata.

Se faz necessário, estimados leitores, que os pais fiquem sempre atentos para o calendário de imunização de seus filhos, pois: “ A infectividade da doença é muito alta, uma das maiores na literatura médica.

Segundo os pesquisadores, todos os países das Américas, desenvolvem ações para erradicar esta virose e a vacinação é a única forma de prevenir a ocorrência dessa terrível febre que pode matar.

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