CRÔNICA de Jorge Luiz Soares Melo “SALA DE AULA UNIVERSITÁRIA – UM LUGAR DE INTERAÇÃO”

Jorge Luiz Soares Melo é Membro Efetivo da Academia Alagoana de Letras

SALA DE AULA UNIVERSITÁRIA – UM LUGAR DE INTERAÇÃO

Caríssimos leitores, conversando com meus alunos em sala de aula, um deles me perguntou qual a importância da sala de aula para o aprendizado, resolvi em poucas linhas escrever sobre o assunto em questão.

A sala de aula universitária pode ser descrita como um local apropriado para realização e o desenvolvimento de atividades específicas direcionadas ao ensino-aprendizagem.

As atividades que ali se realizam fornecem uma rica oportunidade de comunicação entre educador e educando. Mas, o cotidiano acadêmico tem explicitado que a ênfase maior recai, na maior parte das vezes, sobre as relações que se estabelecem entre os principais participantes da aula, professor-aluno e os conteúdos de aprendizagem.

Segundo minhas pesquisas, a concepção de Abreu e Masseto(1992), a sala de aula é considerada um espaço de convivência. Ele faz ainda uma análise dos dois termos separadamente VIVÊNCIA e COM. A palavra “VIVÊNCIA” quer dizer “VIDA” e vida traz consigo uma conotação de “ Realidade”.

Estando a sala de aula integrada à realidade, torna-se um lugar de interesse para o grupo, chamado classe ou turma, possibilitando trabalhar o conhecimento que esteja associado à esta realidade, levando-se em conta os problemas, as experiências e vivências deste grupo.

A sala de aula também é vista como um espaço de vivência – COM “ COM os colegas,Com o professor, Com os outros(…). Há a necessidade de o aluno aprender a viver com, a trabalhar com, a dialogar com, a aprender com”. Abreu e Masetto(1992).

Enfim, é num clima de contatos que se produz a aprendizagem, seja no relacionamento professor-aluno ou entre os próprios alunos.

A interação construída entre educador e educando passa a ocupar um lugar central na sala de aula. Nas palavras de Zabala(1998), “ as relações que ali se estabelecem definem os diferentes papéis dos professores e dos alunos.”

O professor de medicina tem, assim, sob sua responsabilidade uma tarefa decisiva a cumprir e, para tanto, precisa desenvolver competência técnico-científica, didático-pedagógica, afetivo social e ética.

O aluno por sua vez é um ser que traz para a escola médica o conhecimento que já possui, fruto de sua condição de sujeito cultural, histórico e intelectual.

Para que se tenha uma ideia melhor sobre o comportamento do professor e do aluno na sala de aula, se faz necessário compreender as expectativas que cada um deles tem em relação ao outro, pois as representações mutuas do professor e dos alunos se constituem em um dos elementos fundamentais que permitem compreender o tipo de relações que se estabelecem entre eles.

Estas representações baseiam-se num princípio que rege qualquer que seja o tipo de relações interpessoais, ou seja a forma como uma pessoa se comporta em relação a outra, depende de como ela percebe e interpreta o comportamento dessa mesma pessoa (Coll, Miras, (1996).

Assim acontece nas relações que se estabelecem entre o professor e os alunos na sala de aula universitária, um lugar de interação.

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