CRÔNICA DA SEMANA de Carlito Lima “THEREZA COLLOR”

Carlito Lima é escritor alagoano, engenheiro civil, produtor cultural e boémio

THEREZA COLLOR

Semana passada tive o prazer em conversar com Thereza Collor, celebrávamos o aniversário do amigo, Cacá Diegues, uma tarde agradável na deslumbrante praia de Ipioca. Eva Amaral, dona do sítio Carababa, sabe organizar uma festa. Deliciosas comidas e uma Banda de Pífano para alegrar os corações dos convidados. Fiquei impressionado como o tempo não conseguiu aplacar a beleza de Thereza, jovial, alegre, bela, e principalmente inteligente; de bem com a vida. Viva Thereza.

Conheci Thereza Collor menina, nessa época eu trabalhava na Construtora Sena e prestava serviços de construções da Usina Laginha de João Lyra em União dos Palmares. Certa vez, junto ao arquiteto, discutíamos sobre o projeto da casa da família perto da Usina com Dona Solange, mãe de Thereza, elaestava presente.

O tempo passou, e como passa depressa esse tal de tempo. Certo dia recebi o convite das famílias Collor e Lyra para o casamento de Pedro e Thereza. Um refinado casório num local paradisíaco, onde corriambons uísques e alegres conversas.

Até que aconteceu o impeachment do Fernando. A Imprensa e o Brasil ficaram conhecendo e fascinados com beleza morena, bem brasileira, de Thereza. Aconteceu repentinamente sua vertiginosa e indelével celebridade. Muitos pensavam ela ser apenas umadondoca socialite de brilho fugaz.Porém Thereza já erauma empresária, estilista, designer e tinha o genes da política, gostava de exercer a cidadania, reconhecida por ter sido uma voz feminina firme em favor de causas ambientais.

Certa época ela foi convidada a dirigir o belo e centenário Teatro Deodoro no Centro de Maceió. Aceitou e fez uma revolução, conseguiu verba para restauração,movimentou o Teatro com peças de sucesso e deu chances aos artistas alagoanos.

No final de 1994 houve a tragédia, a fatalidade da morte prematura de seu marido, Pedro Collor aos 42 anos. Alagoas se comoveu com a morte do filho do ex-governador Arnon de Mello, Pedro tinha muitos amigos em todo Estado.

Depois do trabalho à frente da Cultura, Thereza, já viúva, aceitou um convite em ser secretária do Turismo do Estado de Alagoas.
“- Eu não pensava em retornar à administração do Estado. Mas os apelos foram muitos para que eu entrasse no mutirão para mudar a imagem de Alagoas perante o país”, afirmou Thereza.
Ela exerceu com brilhantismo o trabalho de divulgação de Alagoas. Investiu no fomento da infraestrutura hoteleira, o turismo se profissionalizou no Estado. Alagoas entrou na prosperidade de sua vocação turística.O incrível é que, a Secretária tornou-se atração turística, faziam fila por uma foto com Thereza Collor.

Ao deixar a secretaria Thereza continuou empresária e sempre atenta às Alagoas.Em 2010, lançou o livro “Alagoas. Um Olhar”, 400 páginas, com centenas de fotos sobre o estado, sendo a maioria das fotos dela própria e a apresentação do livro de meu querido amigo Ignácio Loyola Brandão. Ela viajou por todo o estado conhecendo novos povos e seus costumes, pesquisando suas riquezas e mazelas, o que fez com que sua voz fosse muito representativa não só para Alagoas, mas para todo o Nordeste. O livro é dividido em categorias: belezas naturais, artesanato e arquitetura. Resultado de uma pesquisa de seis anos desenvolvido comsua formação em História. Livro belo e de pesquisa à cultura do Nordeste.Livro e mulher bonita fazem bem à alma, aos corações e às mentes.

Atualmente Thereza é casada com Gustavo Halbreich, empresário paulista do ramo da construção civil.Thereza Collor é constantemente relacionada à causa ambiental, aos direitos das mulheres e ao combate à corrupção. Defensora intransigente do Rio São Francisco, participa de debates em várias partes do Brasil.

Tenho maior carinho e admiração à essa mulher ativa, inteligente e culta. Ela ama Alagoas, e Alagoas ama sua maior embaixadora e propagadora. Empreendedora, dinâmica, continua trabalhando, contribuindo com o progresso e modernização das Alagoas.

Obs – Essa crônica fará parte do livro sobre figuras de Maceió, anônimas ou famosas, a ser lançado na Bienal.

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