Folha Esporte – F1 – 2022 Miami Grand Prix
Pista de rua veloz e extravagância no entorno: o que a F1 encontra na estreia em Miami
Categoria interrompe perna europeia para visitar cidade no sul da Flórida pela primeira vez. Por lá, Fórmula 1 vai encontrar o ‘suco’ de seu mercado mais cobiçado e dar de cara com modelo de entretenimento americano – além, claro, de um rápido circuito construído no entorno de um estádio da NFL
A Fórmula 1 tenta mais e mais derrubar, de vez, as barreiras que a impedem de entrar definitivamente no mercado americano. Desde que o Liberty Media assumiu o controle da categoria, em 2017, os Estados Unidos tornaram-se área essencial de crescimento, o principal objetivo, a meta a ser alcançada. Apagar o gosto amargo que 2005 deixou, pois, virou prioridade para o grupo – que não coincidentemente, tem sede no país da América do Norte.
Para abrir terreno nos EUA, então, a F1 tirou cartas da manga. Uma delas foi a produção da série documental ‘Drive to Survive’. DtS provou-se um sucesso comercial – ainda que existam diversas controvérsias, editorialmente falando. O material da Netflix ajudou a rejuvenescer o público da categoria e, principalmente, foi bem recebido – e divulgado – em terras ianques.
Outra dessas armas foi a maior presença física da categoria por lá. Se em 2021 a Fórmula 1 visitou somente Austin – no completamente lotado (durante todo aquele fim de semana) Circuito das Américas -, em 2023 serão três corridas em solo americano. A inclusão de Miami e Las Vegas é estratégica do ponto de vista comercial, pois. Mas, desde já, parece ser um ‘home run’. A preocupação da Indy com a expansão da F1 não mente; afinal, cachorro pequeno não mete medo em ninguém.
Citada, falemos então do GP de Miami. Estranhamente incluída como a quinta etapa do atual calendário da F1 – antes da Espanha e depois da Itália -, a cidade no sul da Flórida irá receber o esporte pela primeira vez em sua história. Para isso, construiu uma pista de rua no entorno de um estádio de futebol americano, com uma marina artificial no miolo do circuito. Para completar, diversos shows e atrações estão previstos para acontecerem antes, durante e depois das ações no traçado – algo comparado por Zak Brown ao Super Bowl, inclusive. Quer algo mais Estados Unidos do que isso?
Ah, a tal extravagância, o tal ‘entretenimento americano’ ao qual Pierre Gasly se referiu. Finalmente estamos diante deles. Antes mesmo da conclusão do traçado, barcos foram colocados no meio da pista para a construção da tal marina. Evidentemente, água de verdade seria inserida no cenário, certo? Errado. A organização resolveu fazer uma pintura que emula o movimento das ondas e do mar. Artificial até demais, a marina – de asfalto, no caso.
Além disso, um dos patrocinadores do evento vai montar um ‘beach club’ entre as curvas 11, 12 e 13 para quem quer ver a Fórmula 1 ao vivo. Por lá, shows com importantes nomes da música atualmente: Post Malone, Zedd, The Chainsmokers, entre outros. E ah: a comemoração pós-pódio, no domingo, vai contar com a atração exclusiva Maluma. A corrida – sim, vai ter uma corrida, não se esqueça – parece ser o menor dos detalhes em meio à gigantesca festa que Miami, sem precedentes, irá promover. Objetivo concluído, Liberty Media?
Já que falamos da corrida, vamos ao circuito, pois. É difícil fazer qualquer tipo de projeção mais analítica, afinal, o terreno é novo para torcedores, jornalistas e pilotos. Mas estes últimos contam com um importante aliado: o simulador. E segundo a praticamente unânime declaração de todos, fica fácil destacar: o traçado de rua de Miami é veloz como em Jedá, mesclado com curvas de alta e baixíssima velocidade e cheio de oportunidades de ultrapassagem.
“Parece incrível. Realmente gostei do circuito. Alta velocidade, bastante desafiador, tipo incomum e curvas extremamente longas, retas também”, afirmou Gasly. “Foi, na verdade, bom de ver que parece uma pista muito boa para ultrapassagens. Acho que a forma como a pista foi planejada, na minha opinião, parece positiva. Deve ser uma boa corrida. Retas bastante longas e algumas boas oportunidades de ultrapassagem”, palpitou Valtteri Bottas.
Há quem coloque, também, vírgulas. “Tem uma área um pouco sinuosa, que é bastante difícil de acertar, e a visibilidade pode ser difícil. Acho que pilotar aqui pode ser bom, com todas essas retas. Só espero que o asfalto esteja bom e que possamos ter uma boa corrida, porque quando falamos de novos circuitos, encontramos algumas surpresas”, alertou Sergio Pérez.
“É realmente diferente, especialmente no terceiro setor, com curvas apertadas. Se um safety-car acontecer, acho que teremos um grande tráfego aqui, porque é super apertado. Mesmo em uma volta rápida, as curvas são feitas em baixíssima velocidade. Então vai ser interessante de ver e tomara que as ultrapassagens sejam um fator chave para a pista”, concordou com ‘Checo’ Yuki Tsunoda.
As expectativas estão aí. Se a realidade corresponder – como foi em Baku, ainda que no primeiro ano a corrida no Azerbaijão tenha sido monótona -, ou se não corresponder – assim como na Holanda, com altas promessas e pouca ação na pista -, descobriremos neste domingo. Fato é: o típico entretenimento que só os Estados Unidos pode proporcionar (e que a Fórmula 1 está doida para cada vez mais receber) estará presente, aconteça o que acontecer. E é melhor ir se acostumando, hein? Se depender do Liberty Media e de Stefano Domenicali, o show deve – e vai – continuar. Cada vez mais.
Os treinos estão marcados para esta sexta-feira (8) à tarde. Confira os dias e horários, sempre no horário de Brasília (GMT -3):
Sexta-feira, 06 de maio
15h30 às 16h30 – Treino Livre 1 (TL1) Fórmula 1 – em TEMPO REAL na F1Mania
18h30 às 19h30 – Treino Livre 2 (TL2) Fórmula 1 – em TEMPO REAL na F1Mania
Sábado, 07 de maio
14h às 15h – Treino Livre 3 (TL3) – em TEMPO REAL na F1Mania
17h às 18h – Qualificação – em TEMPO REAL na F1Mania
Domingo, 08 de maio
16h30 – Grande Prêmio da Emília-Romanha de F1 (57 voltas ou 120 minutos) – em TEMPO REAL na F1Mania